terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Feliz Natal.

Independente de religião, a Escola Cultural Zungu Capoeira deseja a todos um Feliz Natal, com muita paz e saúde. De presente, digite ZUNGU CAPOEIRA no YouTube e veja os cinco vídeos que já estão disponíveis com alguns jogos do nosso encontro. Mais virão. Axé.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Aniversário do Mestre João Pequeno


Dia 27 de dezembro o grande mestre João Pequeno completará 90 anos. Infelizmente, nem todo mundo pode estar em Salvador para homenagear essa lenda-viva da Capoeira Angola. Mas o ZUNGU faz sua homenagem pelo menos aqui no blog, contando para nossos amigos um pouquinho sobre essa pessoa maravilhosa (que, se Deus quiser, um dia traremos para São Paulo).
João Pereira dos Santos nasceu em Araci, interior da Bahia, em 1917. Conheceu a capoeira em Mata de São João, cidade para onde tinha se mudado depois de fugir da seca, a pé, com 15 anos de idade. Em uma fazenda de cana da cidade, trabalhando como chamador de boi, conhece Juvêncio, um ferreiro que era capoeirista e que o apresenta à nossa arte.
Com 25 anos de idade, João Pereira se muda para Salvador e começa a trabalhar na construção civil, chegando a mestre-de-obras. Um capoeirista de nome Cândido o apresenta ao Mestre Barbosa, que freqüentava a famosa roda de Cobrinha Verde, no Chame-Chame. Já se enturmando na capoeiragem de Salvador, João se inscreve no Centro Esportivo de Capoeira Angola, uma espécie de "união" de capoeiristas comandada pelo Mestre Pastinha. Aí, João Pereira dos Santos passa a acompanhar Pastinha e, em 1945 mais ou menos, recebe o cargo de treinel. Passa a ser conhecido como JOAO PEQUENO e, mais tarde, quando Mestre Pastinha já tinha ficado cego, dá as aulas na academia do mestre. Mestre Pastinha dizia a quem quisesse ouvir que ele tinha ensinado tudo que sabia a João. E foi com João Pequeno que aprenderam grandes Mestres da Capoeira Angola que foram e são descendentes da linhagem de Mestre Pastinha.
Passou muitas dificuldades e teve que trabalhar em várias profissões (além de pedreiro, foi cobrador de bonde, feirante e carvoeiro). Em Salvador, morou no Garcia, depois próximo do Dique do Tororó e numa casa em Fazenda Coutos. Seguiu o conselho de seu mestre, que pediu para ele trabalhar menos para se dedicar mais às aulas de capoeira.
Depois da triste morte de Mestre Pastinha em 1981, Mestre João Pequeno reabre o CECA no Forte Santo Antonio. Como legítimo herdeiro da tradição de Pastinha, torna-se o centro da resistência da Capoeira Angola, na época praticada e ensinada em poucos lugares até mesmo de Salvador.
Esse homem brincalhão e sábio é hoje a maior referência da Capoeira Angola mundial, tendo formado mestres e ainda convivendo com sortudos discípulos. Um dessses alunos, o pesquisador Pedro Abib (o Pedrão), fez um belo documentário sobre João Pequeno, chamado O VELHO CAPOEIRISTA.
Todo capoeirista verdadeiro, que sabe valorizar nossa arte, se emociona ao ter a sorte de conhecer esse homem. Mestre João Pequeno é um dos capoeiristas mais velhos em atividade (se não for o mais velho) e faz 90 anos próximo dia 27. Mais do que parabéns, todos os capoeiristas deveriam dizer a ele um sincero OBRIGADO.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Mestre Ananias chama para sambar


Imperdível. Nessa quarta, dia 12 de dezembro, o Mestre Ananias lança seu segundo CD e comemora 83 anos de vida. É o volume II do Projeto Documental sobre o trabalho do mestre, produzido pela Uirapuru Assessoria Cultural. Alguns membros do Zungu estavam na gravação e garantem: foi sensacional. E o lançamento também promete ser uma bela festa com muito samba e, claro, capoeira.
Para quem é capoeirista, a gente nem precisa explicar a importância do Mestre Ananias: o mais antigo e respeitado mestre da cidade de São Paulo, que chegou aqui ainda em 1953. Quam participou do nosso evento teve a oportunidade de se aproximar dessa lenda da capoeira e conhecer alguns dos seus alunos, sempre bem-vindos no nosso zungu.
Nessa festa aberta a todos (E COM ENTRADA GRATUITA), o mestre e o Grupo Garôa do Recôncavo vão mostrar o melhor do samba de umbigada. Essa tradição o senhor Ananias trouxe na mala de viagem junto com a capoeira e o candombé, quando saiu do Recôncavo Baiano (ele é nascido em São Félix e viveu a capoeira tradicional de Salvador) para a nossa terra. Nesse dia 12, todos podem até deixar de treinar capoeira para ir até o Ipiranga, porque só de estar ao lado do mestre todo mundo aprende.

Quando: Quarta, 12 de dezembro, a partir das 18h
Onde: SESC IPIRANGA - Rua Bom Pastor, 822 (perto do Museu do Ipiranga)
Mais detalhes: www.uirapuru.com.br

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

No balanço do evento

Demorou, mas vamos fazer um resumo do Resgate Cultural aqui. Assim, fica mais fácil para quem esteve lá se lembrar - se você não esteve, vai ficar na vontade: agora só ano que vem.
Fica até difícil imaginar o trabalho que o Professor Cacá e seus alunos tiveram para organizar tudo. A gente só sabe que, sem a ajuda dos amigos (capoeiristas de outros grupos e familiares) e dos patrocinadores (Standard & Poors e UNIP), seria impossível.

Na sexta, no começo do dia, alguns alunos já estavam buscando os mestres no aeroporto.

Naquela mesma noite, foi a apresentação cultural Zungu Capoeira e Amigos. Maculelê, Puxada de Rede, Dança-Afro e um samba-de-roda sensacional comandado por ninguém menos que o Mestre Ananias e seus alunos.

Ainda na sexta, muita capoeira, com uma roda histórica de mestres, contra-mestres, mestrandos e professores.
No sabadão, o dia começou com uma oficina única de Capoeira Angola: Mestre Curió e Mestra Jararaca passaram um pouquinho do que conhecem a todos e terminaram com uma roda.
Depois do almoço, uma palestra com o Prof Carlos Eugenio Líbano Soares. Muito conhecimento sobre capoeira, escravidão e zungu foi apresentado.
Depois, Mestre Bigo (Francisco 45), essa pessoa maravilhosa e capoeirista cheio de conhecimento e mandinga continuou a Angola (ajudado pelos seus alunos Leandro e Jairo). Pena que o tempo foi curto, o Mestre merecia mais. Afinal, o Zungu também é a casa dele e aqui ele é mais do que bem-vindo.Ao mesmo tempo, Contra-Mestre Urubu, angoleiro de primeira, passava sua aula em outra sala. Uma aula que arrancou elogios até dos mais velhos.
Mais uma roda. E a troca de graduações aconteceu. Depois, vieram os aulões dos Contra-Mestre Luciano e Mestre Mudinho (junto com o Mestrando Parazinho). Movimentações novas, energia: essas aulas marcaram muita gente e ainda estão dando o que falar.

Domingo começou com a aula afro do Mestre Macumba. Técnica corporal, axé, estava tudo lá. E Mestre Gajé estava junto, atento a tudo. Depois da aula, junto com o Cacá, esse mestre do famoso Mercado Modelo conduziu o pessoal para uma roda na Praça Alexandre Gusmão.

Uma roda que, na verdade, foram três. A primeira, comandada pelo mestre de capoeira mais antigo de São Paulo: Mestre Ananias.
A segunda, uma roda onde Mestre Curió, Mestra Jararaca, Mestre Bigo, Mestre Gajé comandaram a bateria.
E, para o pessoal da regional, também o ritmo subiu, com Mestre Gajé segurando a onda ao lado da galera.

O ZUNGU é isso: uma casa de amigos, aberta a todos, que respeita as tradições e aceita todas as nações. E nosso evento só veio comprovar que estamos certos ao escolher esse caminho.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Quem esteve lá

Muita gente passou pelo I ENCONTRO NACIONAL ZUNGU CAPOEIRA - Resgate Cultural. Alunos do grupo, amigos, familiares, curiosos. Iniciantes, graduados e instrutores de capoeira. E aqui vão alguns nomes (alguns, porque não tinha como registrar todo mundo).
Mestres:
- Bigo (Francisco 45) - SP
- Curió - BA
- Jararaca - BA
- Ananias - SP
- Gajé - BA
- Macumba - BA
- Mudinho - RJ
- Natanael - SP
- Zumbi - SP
- Índio Mocambo - SP
- Adelmo - SP
- Gato - MG
- Ray - MG
- Canguru - SP
- Henrique - SP

Contramestres / Mestrandos:
Luciano – BA, Urubu – RJ, Parazinho - RJ, Dú – MG, Negão – SP, Brandão – SP, Gaguinho – SP, Aurélio – SP, Gunga - SP.

Professores:
Coruja – SP, Cenourinha – SP, Minhoca – SP, Rafael – SP, Neném – SP, Meia Noite – ES, Gustavo – ES, Kerley - MG, Odiban – RJ, Padinha – SP, Juliana – MS, Tijolo - SP.

E. ainda, tivemos a presença do historiador Carlos Eugênio Líbano Soares.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Só quem estava lá pode dizer

Acabou o “Resgate Cultural”. E só quem participou desse evento pode contar como foi. A sabedoria dos mais velhos, o clima de camaradagem, a capoeira de primeira, o axé, a energia, os espetáculos. Ficam as lições, a lembrança, as fotos, a saudade dos amigos que vieram de longe. Cada um vai guardar uma coisa na memória: aquele jogo de angola bem mandingado, aquele ensinamento do mestre, um jogo mais rápido e mais quente.
E fica também o agradecimento especial aos Mestres que vieram dividir com a gente o seu conhecimento. Mestre Bigo (Francisco 45), Mestre Curió e Mestra Jararaca, Mestre Ananias, Mestre Gajé, Mestre Macumba, Mestre Mudinho, Contra-Mestre Luciano, Contra-Mestre Urubue tantos outros que abrilhantaram nosso evento.
Um evento que só foi possível graças aos alunos e camaradas de outros grupos. E também ao nosso patrocinador, que apóia a cultura no Brasil: a Standard and Poors.
Aqui no blog vamos colocar nessa semana um pouquinho do que aconteceu e, mais tarde, algumas fotos. Acompanhe. Axé.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

O Mercado Modelo vem a São Paulo



Desde o princípio da capoeira em Salvador, seus palcos principais foram os portos, mercados e festas. E um dos lugares históricos mais marcados pela capoeira foi o Mercado Modelo. Por isso, é com muito orgulho que trazemos para São Paulo dois mestres de lá: Mestre Gajé e Mestre Macumba.
Mestre Gajé do Mercado Modelo nasceu nem 1951 e começou a capoeira em 1962 com Najé. Aprendeu nas rodas de rua, se aperfeiçoando com grandes capoeiristas como Waldemar, Sete Molas, Zacharias. Hoje é o representante da capoeira “de rua” na ABCA- Assoc. Brasileira. de Capoeira Angola.
Mestre Macumba também mantém a roda do Mercado Modelo. E, além de capoeirista, é um grande conhecedor da dança afro e suas coreografias.
Se São Paulo não pode ir até o Mercado Modelo, a gente traz um pouco dele a São Paulo.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Contra-Mestre Luciano: o capoeirista que a Bahia aprendeu a respeitar


Quem teria coragem de ir à Bahia para dar aulas de capoeira? Só um louco ou um grande capoeirista. Luciano faz parte do time dos grandes capoeiristas. Formado pelo Mestre Mão Branca, o Contra-Mestre Luciano foi à Bahia ensinar e aprender. Respeitado entre o pessoal da capoeira angola e também da regional, Luciano Guimarães pode ser visto nas rodas de Salvador. Ou em Lauro de Freitas, ali do lado, onde toca seu trabalho com a ajuda da Professora Lilu. Dono de um jogo ténico e, ao mesmo tempo, espôntaneo e cheio de mandinga, Luciano foi também o padrinho do Professor Cacá quando este virou professor. E está chegando para dar uma aula a todos no sábado.


domingo, 18 de novembro de 2007

Endereços do evento


O Resgate Cultural começa essa semana, na sexta-feira, dia 23 de novembro. Compareçam, convidem os amigos e parentes. Mas, para chegar lá, fica mais fácil sabendo os endereços:

SEXTA-FEIRA: Auditório da UNIP PARAÍSO. Rua Vergueiro, 1211.

SÁBADO: Cardeal Arcoverde, 2978, Pinheiros (antigo KVA).

DOMINGO: Academia Pamplona. Rua Pamplona, 1136.
E, depois, roda de encerramento na Praça Alexandre Gusmão (ao lado do Trianon, na Alameda Santos, paralela à Avenida Paulista na altura do MASP- foto).


Na sexta, a entrada é 5 reais (crianças e professores com trabalhos sociais que tragam seus alunos entram de graça).

Para os cursos de sábado e domingo, ligar para o Professor Cacá: (11) 8178-8486.


terça-feira, 13 de novembro de 2007

Contra-Mestre Urubu: mais um nome de respeito no nosso evento


Ser capoeirista na Lapa, no Rio de Janeiro, é uma responsabilidade. Afinal, o lugar ficou marcado na história pelo samba, pelos malandros e pela capoeira. Mas o Contra-Mestre Urubu não precisa sentir esse peso, porque conseguiu respeito e é o nome certo para tocar a capoeira por lá. Um dos melhores angoleiros da sua geração, Urubu foi formado pelo Mestre Cobra Mansa e sabe tudo da angola. Quem já viu Urubu jogando não esquece. Ele passa a maior parte do seu tempo fazendo trabalhos sociais com a cultura afro-brasileira. Mas arrumou um tempinho para vir a São Paulo e dar um aulão que ninguém pode perder.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Preparem-se para a aula do Mestre Bigo

Alguém conhece um mestre que, de tão respeitado, tem dois apelidos famosos? Esse é o caso do Mestre Bigo (ou, como também é conhecido, Mestre Francisco 45).
Francisco Tomé dos Santos Filho nasceu no município de Vera Cruz, na ilha de Itaparica, no ano de 1946. Em Salvador, no meio da década de 50, procurou a capoeira depois de ver Mestre Pastinha e Mestre Cobrinha Verde jogando. Diz a todos que só teve um mestre, Vicente Ferreira Pastinha, de quem foi discípulo fiel. Foram tão ligados que, mesmo cego, Pastinha reconhecia seu querido aluno pelos passos.
Esse discípulo de Mestre Pastinha mora em São Paulo desde 1975, cidade que conheceu depois de uma apresentação de capoeira.
Conhece os fundamentos da capoeira angola a fundo, viveu a capoeira de Salvador e tem um jogo elegante, mandingado e perigoso. Em 1989 fundou a Academia de Capoeira Angola Ilê Axé na Zona Sul. E, no sábado, estará dando uma oficina imperdível no nosso RESGATE CULTURAL.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Mestre Decânio em São Paulo


Mestre Decânio é um homem completamente apaixonado pela capoeira. E uma das pessoas mais autorizadas a falar sobre Mestre Bimba (se não for “a” pessoa). Doutor Ângelo Augusto Decanio Filho nasceu em 1923 em Salvador e começou a treinar com o famoso mestre em 1938. Conheceu Bimba como poucos, de quem foi discípulo, amigo, filho, fã. É médico e professor universitário, mas seus olhos brilham mesmo quando fala sobre capoeira e, em especial, sobre Manoel dos Reis Machado. Escreveu inúmeros livros e artigos sobre a nossa arte. Seus depoimentos em muitos documentários (como no filme MESTRE BIMBA: A CAPOEIRA ILUMINADA) são indispensáveis e emocionantes. É por tudo isso que nós da Escola Cultural Zungu Capoeira estamos mais do que orgulhosos de trazer essa pessoa maravilhosa para conhecer os capoeiristas de São Paulo.
Dê uma olhada na programação e guarde bem a hora para ouvir a palestra desse ilustre convidado. Ver e ouvir Mestre Decânio em pessoa é uma honra para poucos.

Esse é o site do mestre, onde ele disponibiliza bastante informação:
http://www.portalcapoeira.com/capoeiradabahia/content/view/327/216

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Mestre Curió vem aí

Se você perguntar por Jaime Martins dos Santos no Pelourinho, a maioria das pessoas não vai saber quem é. Mas pergunte por Mestre Curió e qualquer capoeirista, no mesmo momento, vai dizer algo sobre ele. Mestre Curió nasceu em 1939. Seu pai já era capoeirista e o mestre começou a praticar ainda criança. Em 1968, ele começa a treinar na Academia de Mestre Pastinha, de quem recebe a carteirinha de número 141. Mandingueiro no jogo, defende com unhas e dentes a sua tradição. Formou a primeira Mestra de capoeira angola, Mestra Jararaca, e tem um documentário produzido sobre sua vida, chamado O GUARDIAO DA TRADIÇÃO. Na sua academia, a Escola de Capoeira Angola Irmãos Gêmeos, localizada no Pelourinho, qualquer pessoa pode encontrar o melhor da capoeira angola. Mas se você não puder ir até a Bahia, aproveite para fazer nossa oficina com essa lenda da Angola.

Quer conhecer melhor o mestre? Clique http://www.youtube.com/watch?v=RdJNirsrGuo

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Carlos Eugenio Líbano Soares: nosso primeiro convidado do Resgate Cultural





Nossa primeira palestra é histórica em todos os sentidos. Poucos pesquisadores e historiadores estudam tanto a história da escravidão e da capoeira no Brasil quanto o professor Carlos Eugenio. Enquanto muitos só repetem o que ouvem ou simplesmente saem distorcendo as coisas aproveitando a desculpa de que “Rui Barbosa acabou com a documentação sobre a escravidão”, o professor Carlos Eugenio prefere ir atrás das fontes. E as encontra. Com isso, no meio de arquivos esquecidos com muito pó, ele descobriu documentos importantíssimos e se tornou uma referência mundial no estudo da nossa arte. Já publicou inúmeros livros, teses e artigos.
Sua presença no nosso Zungu é essencial. Afinal, foi ele que estudou a fundo os ZUNGUS do século XIX e os apresentou para o grande público.
Sexta-feira, dia 23, Carlos Eugenio Líbano Soares vem da Bahia para São Paulo. E, entre apresentações folclóricas, vai contar um pouquinho do que sabe para você.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Programação do nosso evento


Finalmente saiu a programação do evento de capoeira mais esperado. Aos poucos vamos escrever aqui um pouco sobre os participantes, locais e tudo mais. Mas já vá anotando:

23/11 – sexta feira
19h00: Abertura do teatro
20h00: Palestra com o Prof Carlos Eugênio Líbano Soares
21h00: Show Folclórico Zungu Capoeira e Convidados
22h30: Apresentação e Roda de Mestres

24/11 – sábado
8h30: Abertura do ginásio
9h30: Oficina de capoeira Angola com Mestre Curió – BA e Mestra Jararaca – BA (aula prática e ritmo)
11h30: roda de capoeira Angola
12h30: horário de almoço
13h30: horário de abertura do auditório
14h00: Palestra com o Mestre Decânio - BA
15h00: Aula de capoeira Angola com os Mestres Bigo -SP e Contra-Mestre Urubu -RJ
16h00: Roda de capoeira e, depois, entrega de cordas
17h00: Aula de capoeira com o Contra-Mestre Luciano - BA e Mestre Mudinho - RJ.
18h00: Roda de capoeira e mais entrega de cordas
22h00: Festa de Confraternização

25/11 – domingo
9h30: horário de abertura da academia
10h30: oficina de ritmos e danças folclóricas com os Mestres Gajé – BA e Macumba – BA.
11h30: “Barulho na rua”
12h00: Roda de encerramento (roda de rua)
14h00: Almoço dos Mestres

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Resgate Cultural


O primeiro Encontro Nacional Zungu Capoeira está chegando. Acontecerá nos dias 23, 24 e 25 de novembro. Acompanhe aqui no nosso blog a programação. A cada dois ou três dias teremos novas informações sobre as oficinas, palestras e personalidades desse evento imperdível.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Silêncio na roda


É com muita tristeza que nós da Escola Cultural Zungu Capoeira comunicamos o falecimento de uma lenda da capoeira: Mestre Leopoldina.

O mestre, nascido em 1933 com o nome de Demerval Lopes Lacerda, era famoso pela sua alegria e por incorporar visualmente o "malandro" carioca. Para os de fora da roda, ficou imortalizado no documentário "A FINA FLOR DA MALANDRAGEM" dirigido por Rose La Creta. Já para os capoeiristas, o que fica marcado é o seu jeito alegre e espontâneo, seu maneira de cantar e toda sua energia.

De vendedor de bala na Central do Brasil até Mestre reconhecido e respeitado no mundo todo, Mestre Leopoldina sempre chamou atenção pelo seu carisma e alegria.

Começou na capoeira aprendendo com um malandro carioca de nome Quinzinho. Depois, foi apresentado à capoeira baiana por Arthur Emídio e com ele começou a praticar.

Partiu para a grande roda dos velhos mestres no dia 17 de outubro, às 16h30, na cidade de São José dos Campos.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

O que é Zungu?


Se você procurar o verbete ZUNGU no dicionário Aurélio, vai encontrar o seguinte:
ZUNGU (do quimbundu nzangu, barulho). S.M. Bras. S. l. V. cortiço (2) “São os míseros escravos das senzalas, dos zungus e cafundós... festejando o São João, dançando o cateretê.” (Martins Fontes, A Dança, p 90) 2. Conflito sem gravidade; bagunça, confusão, desordem.
No dicionário Banto, de Nei Lopes, a definição é um pouco diferente: ZUNGU, s.m. (1) cortiço, caloji. (2) desordem, barulho (FF). (3) Baile reles. (4) Habitante de cortiço (CT) – do quimbundo nzangu, barulho, confusão, conflito. Q. v. tb. O quicongo nzungu, panela, caldeirão.
Mas, na história do negro no Brasil, ZUNGU é muito mais do que isso. Esse era o nome pelo qual eram conhecidas as “casas de angu” no Rio de Janeiro do séc. XIX (lugares de panelas e de barulho, festa e confusão, uma soma de nzangu e nzungu).
O zungu foi uma instituição do século retrasado pouco conhecida e estudada pelos historiadores. Até que o professor Carlos Eugenio Líbano Soares resolveu estudá-la a fundo.
No século XIX, o principal alimento dos escravos era o angu. Servido em panelas nas ruas, preparado por mulheres negras, principalmente na região portuária e de comércio. Adquirindo um certo dinheiro, essas mulheres se mudam para casas no centro do Rio e transformam essas casas em verdadeiros centros de resistência negra.
As casas de angu eram verdadeiros quilombos dentro das cidades, onde os negros faziam seus batuques, suas danças, reverenciavam seus orixás, inquices e voduns. Os Zungus formavam uma rede de apoio aos escravos fugidos e africanos recém chegados, eram casas que recebiam escravos e libertos de todo o Brasil (muitos da Bahia, que trouxeram do Recôncavo sua cultura) e do mundo. Ali era o centro da cidade negra, a cidade escondida.
Muitos zungus eram quitandas e moradias ao mesmo tempo. As ruas estreitas e casas com arquitetura diferente da atual criavam verdadeiros labirintos e becos escondidos e um zungu era um ótimo esconderijo. Dessa época, surgem reclamações em jornais sobre os “barulhos dos negros” nos zungus e inúmeras prisões. Até na lei o zungu foi parar, em 1835.
Nos Zungus, comandados na sua maioria por essas mulheres negras ou libertos minas, a cultura “urbana negra brasileira” se desenvolveu. Nos Zungus, os negros, que tiveram seus familiares separados, criaram novas famílias. Ali, os capoeiras se refugiavam e trocavam informações, praticando suas cabeçadas, rasteiras e rabos de arraia. Zungu é o “rumor de muitas vozes”, casa de liberdade e resistência, local de tradição africana e brasileira, uma rede familiar e de irmãos. Isso, no século XIX e, agora, no século XXI.
A imagem é uma gravura de Debret, chamada NEGRAS VENDEDORAS DE ANGU (1834-1839).

Zungu na rede

Barulho na Internet. Agora a Escola Cultural Zungu Capoeira tem seu blog. Aqui a gente vai atualizar, sempre que possível, as notícias relacionadas ao mundo da capoeiragem. Cultura popular, muita capoeira e, claro, os acontecimentos do grupo formado pelo Professor Cacá e seus alunos. Sejam bem-vindos. Como todo bom zungu do passado, nossa casa de resistência está aberta a todos que saibam respeitar para serem respeitados. No nosso canzuá não tem preconceito. Aqui a casa é de todos, um mocambo na grande rede. Axé.