domingo, 14 de junho de 2009

Nossos antepassados



Devemos sempre lembrar daqueles que vieram antes de nós. A capoeira só está por aqui hoje graças a muitos nomes do passado. Ao entrar na roda devemos agradecer a todos, desde o primeiro africano que, escravizado, chegou ao nosso país trazendo sua cultura e inteligência até nosso companheiro de jogo.
Nas rodas de capoeira lembramos sempre de Mestre Pastinha, Mestre Waldemar e Mestre Bimba. Mas, além deles, muitos outros fizeram parte da capoeira. Nomes desconhecidos, que se perderam no tempo, de gente que deu seu suor e muitas vezes seu sangue pela nossa arte. Para nossa sorte, alguns ficaram mais famosos e foram registrados.

Aqui temos alguns nomes, de Salvador, no começo do século XX:

Age Pintor (Pau da Bandeira, Rua do Chile), Agostinho Ponta, Alfredo, Algemiro Grande Olho de Pombo (estivador na zona marítima, muito temido), Amaralina, Amorzinho Guarda, Antoninho da Barra (Açougueiro), Antônio Boca de Porco (estivador Julião), Antônio Coró (carroceiro do Cais Dourado), Antônio Galindeu (mestre de lancha de Cachoeira de Paraguaçu), Augustinho Pantalona (mestre de Avarengueiro), Avarengueiro, Balbino Carroceiro (Cais Dourado), Barbosa (carregador de canto, do largo Dois de Julho), Bardelha, Basílio (carregador da rampa do Mercado Modelo), Bedaço, Bemor do Correio Federal (marinheiro do Ministério da Guerra), Benedito Cão (Engenho Velho de Brotas), Bento Grande de Brotas (que usava moletas como disfarce), Bilusca Pescador de Barra Fora (da Preguiça), Boca do Rio, Bonome, Caboquinho Estivador (cais do Porto Julião), Cândido da Costa (Cândido Pequeno: argolinha de ouro, campeão baiano e mestre de Noronha), Cara Queimada, Chico Me Dá Me Dá, Chico Três pedaços (vendedor de peixe no Mercado Santa Bárbara, Baixa do Sapateiro), Cimento de Itapoã (pescador de Barra Fora, Itapoã), Daniel Coutinho Noronha (Noronha), Ducinha, Ecavino, Edigar Carrocinha (sapateiro do Maciel de Baixo), Espírito de Porco, Estevinho Pequeno, Estivador, Fausto Grande, Feliciano Bigode de Seda (carregador, lá do Pilar), Galo do Bozó, Gasolina Pescador, Geraldo Chapeleiro (ladeira do Tabohã), Geraldo Pé de Abelha (engraxate, Mercado Modelo), Governador (carregador do Cais), Henrique, Hilário Chapeleiro (pai de santo, Itapoã), Inocêncio Duas Mortes (cabo eleitoral, de Boa Viagem), Júlio Cabeça de Leitoa, Juvenal Engraxate (Mercado Modelo), Lamite Carregador (o grande Lamite, diminutivo de Dinamite, respeitado até pela polícia, homem que encabeçava uma das festas da escadaria do Cais do Ouro, Pilar) Livino Boca da Barra (o Malvadeza), Lona Grande, Lúcio Pequeno (Trapicheiro, da Praia da Preguiça), Macaco, Marco Pequeno, Maré, Nouzinho da Caroagem, Onça Preta, Paquete do Cabula, Pedro Mineiro (carregador, da Praça da Sé), Pedro Porrêta (vendedor de peixe no Mercado Santa Bárbara e trapicheiro no Pilar), Pedro Trinta e Um (carregador, do Maciel de Baixo), Percílio (engraxate, Mercado Modelo), Pesado, Piedade (carregador, raça da Sé), Piroça (vendedor de peixe, Mercado Santa Bárbara, Baixa do Sapateiro), Primo Estivador, Raimundo ABR. (pedreiro, Santa Casa de Misericórdia), Ranzino, Ricardo do Cais do Porto (Doca da Bahia), Samoel Grande da Calçada (carpinteiro), Samuel Pescador de Barra Fora (rampa do Modelo), Sargento do Izeito Odean, Sete Mortes, Simão Diabo, Suriano, Taviano (carregador do Cais), Tibirí Focinho de Porco (condutor de bonde de burro, Correio Nacional), Tibujú Boca de Arraia, Totonho de Maré (estivador, Cais do Porto), Vermelho, Verpó (estivador, cais do Porto Julião), Viarço Pequeno (Carvão de Pedra, Areia do Sete), Victor H.U. da Curva Grande (pescador de Barra Fora, Rio Vermelho), Ximba Cabo da Escradão e Zehi.

2 comentários:

Leandro Bicicleta disse...

Muito boa essa iniciativa. A Capoeira é sobretudo resistência cultural, politica e ancestral. Relembrar e perpetuar o nome daqueles que fizeram parte dessa grandiosa história é nossa obrigação.

Parabéns!

Anônimo disse...

Obrigado Grupo ZUNGU, pela preservação da memoria de nossa arte, sei que tem muita gente que acha que o passado é coisa de museu, não tem importancia. Sei tambem que tem gente como voces que mantem a memorai viva.
Mais uma vez meus parabens.
Augusto Januario - Mestre Demolidor
NCLINISI@YAHOO.COM.BR