terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Feliz Natal.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Aniversário do Mestre João Pequeno

Dia 27 de dezembro o grande mestre João Pequeno completará 90 anos. Infelizmente, nem todo mundo pode estar em Salvador para homenagear essa lenda-viva da Capoeira Angola. Mas o ZUNGU faz sua homenagem pelo menos aqui no blog, contando para nossos amigos um pouquinho sobre essa pessoa maravilhosa (que, se Deus quiser, um dia traremos para São Paulo).
João Pereira dos Santos nasceu em Araci, interior da Bahia, em 1917. Conheceu a capoeira em Mata de São João, cidade para onde tinha se mudado depois de fugir da seca, a pé, com 15 anos de idade. Em uma fazenda de cana da cidade, trabalhando como chamador de boi, conhece Juvêncio, um ferreiro que era capoeirista e que o apresenta à nossa arte.
Com 25 anos de idade, João Pereira se muda para Salvador e começa a trabalhar na construção civil, chegando a mestre-de-obras. Um capoeirista de nome Cândido o apresenta ao Mestre Barbosa, que freqüentava a famosa roda de Cobrinha Verde, no Chame-Chame. Já se enturmando na capoeiragem de Salvador, João se inscreve no Centro Esportivo de Capoeira Angola, uma espécie de "união" de capoeiristas comandada pelo Mestre Pastinha. Aí, João Pereira dos Santos passa a acompanhar Pastinha e, em 1945 mais ou menos, recebe o cargo de treinel. Passa a ser conhecido como JOAO PEQUENO e, mais tarde, quando Mestre Pastinha já tinha ficado cego, dá as aulas na academia do mestre. Mestre Pastinha dizia a quem quisesse ouvir que ele tinha ensinado tudo que sabia a João. E foi com João Pequeno que aprenderam grandes Mestres da Capoeira Angola que foram e são descendentes da linhagem de Mestre Pastinha.
Passou muitas dificuldades e teve que trabalhar em várias profissões (além de pedreiro, foi cobrador de bonde, feirante e carvoeiro). Em Salvador, morou no Garcia, depois próximo do Dique do Tororó e numa casa em Fazenda Coutos. Seguiu o conselho de seu mestre, que pediu para ele trabalhar menos para se dedicar mais às aulas de capoeira.
Depois da triste morte de Mestre Pastinha em 1981, Mestre João Pequeno reabre o CECA no Forte Santo Antonio. Como legítimo herdeiro da tradição de Pastinha, torna-se o centro da resistência da Capoeira Angola, na época praticada e ensinada em poucos lugares até mesmo de Salvador.
Esse homem brincalhão e sábio é hoje a maior referência da Capoeira Angola mundial, tendo formado mestres e ainda convivendo com sortudos discípulos. Um dessses alunos, o pesquisador Pedro Abib (o Pedrão), fez um belo documentário sobre João Pequeno, chamado O VELHO CAPOEIRISTA.
Todo capoeirista verdadeiro, que sabe valorizar nossa arte, se emociona ao ter a sorte de conhecer esse homem. Mestre João Pequeno é um dos capoeiristas mais velhos em atividade (se não for o mais velho) e faz 90 anos próximo dia 27. Mais do que parabéns, todos os capoeiristas deveriam dizer a ele um sincero OBRIGADO.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Mestre Ananias chama para sambar

Imperdível. Nessa quarta, dia 12 de dezembro, o Mestre Ananias lança seu segundo CD e comemora 83 anos de vida. É o volume II do Projeto Documental sobre o trabalho do mestre, produzido pela Uirapuru Assessoria Cultural. Alguns membros do Zungu estavam na gravação e garantem: foi sensacional. E o lançamento também promete ser uma bela festa com muito samba e, claro, capoeira.
Para quem é capoeirista, a gente nem precisa explicar a importância do Mestre Ananias: o mais antigo e respeitado mestre da cidade de São Paulo, que chegou aqui ainda em 1953. Quam participou do nosso evento teve a oportunidade de se aproximar dessa lenda da capoeira e conhecer alguns dos seus alunos, sempre bem-vindos no nosso zungu.
Nessa festa aberta a todos (E COM ENTRADA GRATUITA), o mestre e o Grupo Garôa do Recôncavo vão mostrar o melhor do samba de umbigada. Essa tradição o senhor Ananias trouxe na mala de viagem junto com a capoeira e o candombé, quando saiu do Recôncavo Baiano (ele é nascido em São Félix e viveu a capoeira tradicional de Salvador) para a nossa terra. Nesse dia 12, todos podem até deixar de treinar capoeira para ir até o Ipiranga, porque só de estar ao lado do mestre todo mundo aprende.
Quando: Quarta, 12 de dezembro, a partir das 18h
Onde: SESC IPIRANGA - Rua Bom Pastor, 822 (perto do Museu do Ipiranga)
Mais detalhes: www.uirapuru.com.br
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
No balanço do evento
Ainda na sexta, muita capoeira, com uma roda histórica de mestres, contra-mestres, mestrandos e professores.
No sabadão, o dia começou com uma oficina única de Capoeira Angola: Mestre Curió e Mestra Jararaca passaram um pouquinho do que conhecem a todos e terminaram com uma roda.
Depois do almoço, uma palestra com o Prof Carlos Eugenio Líbano Soares. Muito conhecimento sobre capoeira, escravidão e zungu foi apresentado.
Depois, Mestre Bigo (Francisco 45), essa pessoa maravilhosa e capoeirista cheio de conhecimento e mandinga continuou a Angola (ajudado pelos seus alunos Leandro e Jairo). Pena que o tempo foi curto, o Mestre merecia mais. Afinal, o Zungu também é a casa dele e aqui ele é mais do que bem-vindo.
Ao mesmo tempo, Contra-Mestre Urubu, angoleiro de primeira, passava sua aula em outra sala. Uma aula que arrancou elogios até dos mais velhos.
Mais uma roda. E a troca de graduações aconteceu. Depois, vieram os aulões dos Contra-Mestre Luciano e Mestre Mudinho (junto com o Mestrando Parazinho). Movimentações novas, energia: essas aulas marcaram muita gente e ainda estão dando o que falar.
Domingo começou com a aula afro do Mestre Macumba. Técnica corporal, axé, estava tudo lá. E Mestre Gajé estava junto, atento a tudo. Depois da aula, junto com o Cacá, esse mestre do famoso Mercado Modelo conduziu o pessoal para uma roda na Praça Alexandre Gusmão.
Uma roda que, na verdade, foram três. A primeira, comandada pelo mestre de capoeira mais antigo de São Paulo: Mestre Ananias.
A segunda, uma roda onde Mestre Curió, Mestra Jararaca, Mestre Bigo, Mestre Gajé comandaram a bateria.
E, para o pessoal da regional, também o ritmo subiu, com Mestre Gajé segurando a onda ao lado da galera.
O ZUNGU é isso: uma casa de amigos, aberta a todos, que respeita as tradições e aceita todas as nações. E nosso evento só veio comprovar que estamos certos ao escolher esse caminho.
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Quem esteve lá
Mestres:
- Bigo (Francisco 45) - SP
- Curió - BA
- Jararaca - BA
- Ananias - SP
- Gajé - BA
- Macumba - BA
- Mudinho - RJ
- Natanael - SP
- Zumbi - SP
- Índio Mocambo - SP
- Adelmo - SP
- Gato - MG
- Ray - MG
- Canguru - SP
- Henrique - SP
Contramestres / Mestrandos:
Luciano – BA, Urubu – RJ, Parazinho - RJ, Dú – MG, Negão – SP, Brandão – SP, Gaguinho – SP, Aurélio – SP, Gunga - SP.
Professores:
Coruja – SP, Cenourinha – SP, Minhoca – SP, Rafael – SP, Neném – SP, Meia Noite – ES, Gustavo – ES, Kerley - MG, Odiban – RJ, Padinha – SP, Juliana – MS, Tijolo - SP.
E. ainda, tivemos a presença do historiador Carlos Eugênio Líbano Soares.
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Só quem estava lá pode dizer
E fica também o agradecimento especial aos Mestres que vieram dividir com a gente o seu conhecimento. Mestre Bigo (Francisco 45), Mestre Curió e Mestra Jararaca, Mestre Ananias, Mestre Gajé, Mestre Macumba, Mestre Mudinho, Contra-Mestre Luciano, Contra-Mestre Urubue tantos outros que abrilhantaram nosso evento.
Um evento que só foi possível graças aos alunos e camaradas de outros grupos. E também ao nosso patrocinador, que apóia a cultura no Brasil: a Standard and Poors.
Aqui no blog vamos colocar nessa semana um pouquinho do que aconteceu e, mais tarde, algumas fotos. Acompanhe. Axé.
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
O Mercado Modelo vem a São Paulo


Mestre Gajé do Mercado Modelo nasceu nem 1951 e começou a capoeira em 1962 com Najé. Aprendeu nas rodas de rua, se aperfeiçoando com grandes capoeiristas como Waldemar, Sete Molas, Zacharias. Hoje é o representante da capoeira “de rua” na ABCA- Assoc. Brasileira. de Capoeira Angola.
Mestre Macumba também mantém a roda do Mercado Modelo. E, além de capoeirista, é um grande conhecedor da dança afro e suas coreografias.
Se São Paulo não pode ir até o Mercado Modelo, a gente traz um pouco dele a São Paulo.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Contra-Mestre Luciano: o capoeirista que a Bahia aprendeu a respeitar

domingo, 18 de novembro de 2007
Endereços do evento

terça-feira, 13 de novembro de 2007
Contra-Mestre Urubu: mais um nome de respeito no nosso evento

Ser capoeirista na Lapa, no Rio de Janeiro, é uma responsabilidade. Afinal, o lugar ficou marcado na história pelo samba, pelos malandros e pela capoeira. Mas o Contra-Mestre Urubu não precisa sentir esse peso, porque conseguiu respeito e é o nome certo para tocar a capoeira por lá. Um dos melhores angoleiros da sua geração, Urubu foi formado pelo Mestre Cobra Mansa e sabe tudo da angola. Quem já viu Urubu jogando não esquece. Ele passa a maior parte do seu tempo fazendo trabalhos sociais com a cultura afro-brasileira. Mas arrumou um tempinho para vir a São Paulo e dar um aulão que ninguém pode perder.
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Preparem-se para a aula do Mestre Bigo

Francisco Tomé dos Santos Filho nasceu no município de Vera Cruz, na ilha de Itaparica, no ano de 1946. Em Salvador, no meio da década de 50, procurou a capoeira depois de ver Mestre Pastinha e Mestre Cobrinha Verde jogando. Diz a todos que só teve um mestre, Vicente Ferreira Pastinha, de quem foi discípulo fiel. Foram tão ligados que, mesmo cego, Pastinha reconhecia seu querido aluno pelos passos.
Esse discípulo de Mestre Pastinha mora em São Paulo desde 1975, cidade que conheceu depois de uma apresentação de capoeira.
Conhece os fundamentos da capoeira angola a fundo, viveu a capoeira de Salvador e tem um jogo elegante, mandingado e perigoso. Em 1989 fundou a Academia de Capoeira Angola Ilê Axé na Zona Sul. E, no sábado, estará dando uma oficina imperdível no nosso RESGATE CULTURAL.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Mestre Decânio em São Paulo

Dê uma olhada na programação e guarde bem a hora para ouvir a palestra desse ilustre convidado. Ver e ouvir Mestre Decânio em pessoa é uma honra para poucos.
Esse é o site do mestre, onde ele disponibiliza bastante informação:
http://www.portalcapoeira.com/capoeiradabahia/content/view/327/216
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Mestre Curió vem aí

segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Carlos Eugenio Líbano Soares: nosso primeiro convidado do Resgate Cultural


Sexta-feira, dia 23, Carlos Eugenio Líbano Soares vem da Bahia para São Paulo. E, entre apresentações folclóricas, vai contar um pouquinho do que sabe para você.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Programação do nosso evento
23/11 – sexta feira
19h00: Abertura do teatro
20h00: Palestra com o Prof Carlos Eugênio Líbano Soares
21h00: Show Folclórico Zungu Capoeira e Convidados
22h30: Apresentação e Roda de Mestres
24/11 – sábado
8h30: Abertura do ginásio
9h30: Oficina de capoeira Angola com Mestre Curió – BA e Mestra Jararaca – BA (aula prática e ritmo)
11h30: roda de capoeira Angola
12h30: horário de almoço
13h30: horário de abertura do auditório
14h00: Palestra com o Mestre Decânio - BA
15h00: Aula de capoeira Angola com os Mestres Bigo -SP e Contra-Mestre Urubu -RJ
16h00: Roda de capoeira e, depois, entrega de cordas
17h00: Aula de capoeira com o Contra-Mestre Luciano - BA e Mestre Mudinho - RJ.
18h00: Roda de capoeira e mais entrega de cordas
22h00: Festa de Confraternização
25/11 – domingo
9h30: horário de abertura da academia
10h30: oficina de ritmos e danças folclóricas com os Mestres Gajé – BA e Macumba – BA.
11h30: “Barulho na rua”
12h00: Roda de encerramento (roda de rua)
14h00: Almoço dos Mestres
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Resgate Cultural
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Silêncio na roda

quinta-feira, 18 de outubro de 2007
O que é Zungu?

No dicionário Banto, de Nei Lopes, a definição é um pouco diferente: ZUNGU, s.m. (1) cortiço, caloji. (2) desordem, barulho (FF). (3) Baile reles. (4) Habitante de cortiço (CT) – do quimbundo nzangu, barulho, confusão, conflito. Q. v. tb. O quicongo nzungu, panela, caldeirão.
Mas, na história do negro no Brasil, ZUNGU é muito mais do que isso. Esse era o nome pelo qual eram conhecidas as “casas de angu” no Rio de Janeiro do séc. XIX (lugares de panelas e de barulho, festa e confusão, uma soma de nzangu e nzungu).
No século XIX, o principal alimento dos escravos era o angu. Servido em panelas nas ruas, preparado por mulheres negras, principalmente na região portuária e de comércio. Adquirindo um certo dinheiro, essas mulheres se mudam para casas no centro do Rio e transformam essas casas em verdadeiros centros de resistência negra.